Voz do Belo – Pierre Eloy comenta o empate do Bota-PB no Sertão

Olá, amigos e amigas. O Botafogo permanece líder com o empate em 1 a 1, conquistado ontem, diante da equipe de Atlético em Cajazeiras. Se o resultado não era bem o que a torcida esperava após algumas partidas muito boas do Botafogo, existe sempre algo positivo a ser aprendido quando alguma coisa não transcorreu muito bem.
Entendamos então a raiz do problema. Um dilema na lateral esquerda começou a ser gerado desde a não contratação de um lateral de ponta, ficando mais evidente no jogo contra o Nacional, com a entrada improvisada de Diego Pitbull para o lugar do Zadda, que era reserva no seu clube anterior e não correspondeu como titular no Belo, demonstrando claramente a carência no setor.
Contra o Galo, o médio volante Sandro, é quem viria a jogar de modo improvisado, e se não chegou a decepcionar, conseguiu ser no máximo regular. Para piorar tudo, ontem o primeiro tempo do Botafogo foi totalmente confuso, desorganizado e aquém de tudo aquilo que a equipe vinha apresentando.
Então pergunto: essa queda teve algum motivo especial? Sim, pois inexplicavelmente o treinador do Botafogo resolveu mexer na tática da equipe, o que sem dúvidas aniquilou o padrão de jogo botafoguense, que vinha imprimindo o seu estilo ofensivo nas partidas anteriores, impondo seu toque de bola envolvente, devido a técnica apurada dos seus atletas. A ausência de material humano na lateral esquerda, seria um dos fatores que levariam Vilar ao erro na primeira etapa.
O time que jogava no 4-4-2, foi colocado em campo no ultrapassado 3-5-2, com o Fernando postado um pouco à frente da zaga, ora pelo meio, ora pelo lado esquerdo. Na ala esquerda, a missão ficou para Gil Bala, que se esforçou bastante, mas não conseguiu se adaptar a posição e levou literalmente bola nas costas em contra ataques fulminantes do Atlético, resultando no gol do Trovão do Sertão, que estava amadurecendo, e ocorreu aos 12 do primeiro tempo.
Se a defesa ficou totalmente fragilizada com os nossos zagueiros tendo que se virar o tempo inteiro, e com os volantes tendo que cobrir os buracos em campo, o ataque também se prejudicou, pois como o Vilar opta em ter dois centroavantes fixos, naturalmente o time fica impossibilitado de atacar pelas laterais com mais eficiência, e juntando o fato do Doda ter ficado sozinho para armar o jogo, Warley e Edgar praticamente não tocaram na bola nesta etapa, e vinham ao meio-campo tentar buscar jogo, não conseguindo obter sucesso.
Resultado, o 3-5-2 não era capaz de defender a meta de Genivaldo, nem de criar situações pelo meio, ou impulsionar o time pelas duas laterais, o que sendo bem otimista, ficou até de graça esse 1 a 0, pois o Atlético poderia ter saído do primeiro tempo vencendo por três gols ou mais, sendo impedidos por Genivaldo.
Começa então o segundo tempo com a mesma formação, no entanto o esquema tático já não era mais o 3-5-2, pois o posicionamento em campo de Fernando e de Gil Bala havia mudado. Fernando foi para a lateral-esquerda para depois ceder a vaga para o lateral Leo, enquanto Gil ganhou mais liberdade ofensiva, indo para o meio campo ofensivo junto à Doda.
Imediatamente começa a ressurgir o Botafogo das três primeiras partidas, com posse de bola, toques em velocidade e inversão de jogadas, retomando o seu padrão de jogo habitual. O Atlético então foi quem passou a correr atrás da bola, e visivelmente começou a cansar dentro de campo, fazendo o “cai-cai” não só para passar o tempo, mas para poder respirar.
Vilar resolveu deixar a equipe mais ofensiva, no entanto, mais uma vez o sacrificado foi Gil Bala, que passou a render bem melhor em sua posição, quase fazendo um gol, mas deu lugar ao Fábio Neves, que também deu conta do recado.
O que me intriga é que o Gil Bala ainda não foi testado no ataque, posição que atuou por diversas equipes, bem como poderíamos ter visto novamente o Fabio Neves pela esquerda do ataque, para que jogasse nas costas da cansada defesa atleticana, reeditando o mesmo que fez contra o CSP.
Se Warley mostrava toda a sua técnica, fazendo assistências e tabelas dentro da grande área, quem teve a honra de abrir o marcador para o time da capital foi o apagado Edgar, que se não está a altura dos demais, não deixa de ser eficaz e ao menos é o que tem mais sorte, pois numa sobra de jogada, estava no lugar certo para empurrar a bola para dentro novamente.
 Vilar resolveu tentar a vitoria de qualquer maneira e mudaria o esquema pela terceira vez na partida, ao migrar do 4-4-2 para o 4-3-3, sacando Doda e colocando Maxuel pela primeira vez, posicionando-o aberto, o que também deu certo. O Belo tinha todo o domínio da partida e criou várias situações de gols, tendo inclusive um gol anulado.
A partida terminou e acredito que tenha ficado lições. Primeiramente, Vilar tem que entender que possui o elenco mais caro e qualificado da competição e não precisa mudar a característica do time em função dos outros, pois por serem inferiores tecnicamente, eles (adversários) é que tem que se preocupar com o volume de jogo do Botafogo.
O que pode haver são variações táticas na frente, melhorando o ataque ou ajustando uma marcação dos adversários em seu campo de defesa ao criar linhas na frente. É salutar entender que, enquanto o nosso time envolve os adversários, eles estão preocupados demais para nos atacar, e quando atacam, estão correndo sérios riscos com o nosso contra-ataque em velocidade com Gil, Doda, Ferreira e Warley dando um passe ou um toque final.
Para arregaçar de vez os adversários, poderemos ter a volta do Wanderley neste domingo, que além de jogar futebol em alto nível, é o homem ideal para puxar esse mesmo contra-ataque em velocidade que falamos acima. Criar espaços para Warley puxando a marcação da zaga para si, e dar opções de tabelas com os laterais pelos lados do campo.
Em relação a diretoria, gostaria de lembrar que precisamos urgentemente de um lateral esquerdo para que Vilar não tenha mais que improvisar por aquele lado. Já está mais do que na hora de Ariano, Breno e Nelson viabilizarem isso para que não ocorra mais esse tipo de problema.
No mais, continuaremos na torcida para que o maior da Paraíba continue trilhando no caminho do sucesso, tendo seriedade ao enfrentar os adversários, mas impondo o seu padrão de jogo que é  sem dúvidas o segredo para as vitórias.
Dias melhores para o maior campeão da Paraíba!
Equipe @Vozdatorcida
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1 Comentário

  1. Muito boa a análise do jogo: técnica e imparcial; diferentemente das tendenciosas e passionais posturas dos disfarçados torcedores dos times de várzea do "Bobo Esporte". Não só para mim, mas para parte da torcida (ou toda) do mais #Belo e glorioso, o empate teve gosto de derrota. Diga-se de passagem, com todo respeito, mas o Atlético é um time que recém ascendeu da segundona, com qualidade técnica inferior e com investimentos bem menores que o representante da nossa querida Jampa. Mas precisamos corrigir exatamente esses erros descritos sumariamente para que o #Belo da capital possa se tornar campeão. Esse problema crítico e crônico da lateral esquerda deve ser resolvida urgentemente e o Vilar deve expor, de forma mais veemente, essa dificuldade à diretoria que, certamente, tomará as providências; e acho que Wanderley deve sim ser escalado nas próximas partidas, pois sequer teve oportunidade de exibir seu bom futebol. Deve-se atentar, também, para os erros (alguns gritantes) de arbitragem. Isso tem prejudicado demais o #Belo e precisamos pressionar a FPF para que consigamos inibir essas ações. Já basta ter que disputar o campeonato sem uma praça esportiva adequada. Parece até que o Governo do Estado é anti-futebol. Se sabia que tinha que realizar as reformas no Almeidão, que o tivesse feito em outra época. Teve 2/3 de 2012 para realizar esta "façanha" e resolve faze-lo somente agora, durante o Paraibano, prejudicando não só o glorioso da Maravilha, mas o CSP e o Auto. Pois bem, penso que, corrigindo esses "pequenos" problemas, estaremos caminhando para resultados que confirmarão o favoritismo do Botafogo da Paraíba. O que não será tolerado é sair de Itaporanga sem os 3 pontos! #AvanteBelo

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