Acordo com oposição trava e Sérgio Meira cogita renúncia

Foto: Caio Guilherme/ Voz da Torcida

O possível acordo que vinha sendo costurado na última semana entre a situação e a oposição do Botafogo-PB pode não ser mais concretizado. Em mais uma noite quente nos microfones da rádio Tabajara, Breno Morais voltou, ontem (31), a atacar o presidente Sérgio Meira pelo insucesso, até aqui, das negociações.

Durante o programa Microfone Aberto, o ex-dirigente entrou por meio de ligação telefônica, após participação do presidente do Conselho Deliberativo, Luciano Wanderley, e fez denúncias em relação a situação financeira do clube, apontando que foram justamente as discussões em torno da pasta os pontos de discordâncias entre as partes.

– Nosso pessoal pediu um documento, que seja apresentado, para não ser apresentada uma Demonstração de Resultado, como na aprovação das contas sem nenhum documento, precisávamos de um documento. Nós sabemos que a situação do Botafogo-PB é de uma dívida, até o fim do ano, em torno dos R$ 3 milhões. A receita até o final do ano, a partir de setembro, é de R$ 750 mil. Não sabemos se a atual gestão antecipou o dinheiro do pagamento dos sócios, mas sabemos, por ser dito pelo próprio presidente, que a receita é de R$ 150 mil por mês. E ainda não quiseram fazer um acordo para que nós tivéssemos acesso a documentos do clube – explicou.

O ex-dirigente, afastado em decorrência da Operação Cartola, voltou a lembrar da acusação feita por ele, durante discussão com Wanderley no grupo dos conselheiros no WhatsApp, sobre um suposto empréstimo realizado pela atual gestão sem o devido conhecimento por parte do conselho. Lembrou ter sido acusado de ser mentiroso, de estar querendo tumultuar o ambiente do clube e que acabou sendo retirado do grupo, muito em função da maneira pouco respeitosa com a qual se manifestava naquela noite.

Com acordo de paz sendo costurado, Breno Morais voltou a atacar a atual direção botafoguense. Foto: PBEsportes.net

Quem representava os opositores nas conversas com a situação era o advogado Alexandre Cavalcanti, ex-vice presidente jurídico do Belo. Em um dos pontos da proposta, ele se tornaria o vice-presidente de futebol, cargo hoje ocupado por Nelson Lira, ponto pacífico entre todos.

No entanto, devido a resistência ao departamento de finanças, o acordo acabou não sendo efetivado. Meira seria favorável, mas seu grupo mais próximo é contrário e, por isso, não houve a conclusão das tratativas, o que demonstraria a fraqueza do atual mandatário.

– Acertamos o acordo, começamos a fazer alguns trabalhos e até agora não tem assinatura do presidente, porque é um presidente que não manda. Ou não sabe mandar, ou ele tem medo de mandar. Lembrem-se que ele sempre disse aqui na rádio que o rompimento dele comigo é porque ele não queria ser um fantoche meu, como se alguma pessoa fosse. Se ele não é mamulengo meu, é mamulengo de um monte de gente lá – desdenhou.

Os mais próximos de Meira não aceitam que a oposição fique em todos os cargos estratégicos, como as pastas de finanças e do futebol. “O que sobraria pra gente?”, disse um dirigente ao Voz da Torcida, sem querer revelar o nome. Eles ressaltam a iniciativa do presidente em abrir conversas, mas questionam o interesse irredutível do grupo rival em tomar controle das principais posições no clube.

Para Breno Morais, Sérgio Meira tem o que chama de rabo preso com alguns membros da diretoria executiva, que teriam emprestado dinheiro para o clube e que, por isso, se recusariam a firmar o acordo. No entanto Meira ainda está disposto ao diálogo e a tentar resolver esse impasse, mesmo com o atual desafeto tendo colocado um ponto final na proposta de acordo ontem, ainda na entrevista da emissora de rádio do governo da Paraíba.

Sérgio Meira, de acordo com o repórter Pedro Alves, do GloboEsporte.com/PB, em informação confirmada pelo Voz da Torcida, pretende inclusive renunciar ao cargo caso não obtenha êxito. Uma nova rodada de discussões está marcada para hoje.

Equipe @Vozdatorcida

[adrotate banner="3"]