
Neste último domingo (31), o Sousa Esporte Clube fez história ao se tornar bicampeão do Campeonato Paraibano (2024/2025), conquistando o seu quarto título estadual desde sua fundação em 1991.
A partida, disputada no estádio Almeidão, foi marcada por dois tempos distintos e muitas emoções. No primeiro, o Botafogo-PB fez valer o fator campo e conseguiu dominar as ações, abrindo o placar e criando oportunidades para ampliar a vantagem. O time poderia ter ido para o intervalo com uma vantagem de 3 a 0, tamanha a pressão exercida sobre o adversário.
No entanto, na segunda etapa, a história foi diferente. O Belo se mostrou cansado, enquanto o Sousa, bem postado defensivamente, conseguiu neutralizar as investidas do time da casa, sem dar espaços para a criação de jogadas.
Ao final, o time da Cidade Sorriso foi recompensado por sua postura aguerrida com um gol salvador aos 40 do segundo tempo, empatando a partida e garantindo a festa para um expressivo número de torcedores que viajaram de Sousa até João Pessoa.
Entretanto, o que realmente marcou a tarde histórica de domingo não foi apenas a conquista do título, mas a polêmica envolvendo a cobertura do jogo. A Associação dos Cronistas Esportivos da Paraíba (ACEP) denunciou o veto ao acesso de profissionais da imprensa esportiva ao estádio.
– Estamos diante de uma arbitrariedade que não aceitamos e vamos tomar as medidas legais para impedir esse abuso ilegal de autoridade da FPF – afirmou Ailton Cavalcanti,o presidente da ACEP, demonstrando revolta com a situação.
A ACEP, juntamente com a APBCE (Associação Paraibana dos Cronistas Esportivos), são as entidades que possuem respaldo legal para organizar o acesso dos profissionais da imprensa aos estádios da Paraíba, desde que estejam com a anuidade em dia. Ambas tiveram acesso de seus profissionais ao estádio limitados, inclusive de membros com mais de 65 anos.
Segundo informações, a Federação Paraibana de Futebol alegou que o Botafogo-PB foi responsável por restringir o acesso, sob a motivação de que havia um número excessivo de jornalistas credenciados para a cobertura do jogo.
O que gerou ainda mais revolta foi o fato de que, apesar da negativa ao acesso de jornalistas da ACEP, o influenciador digital MizaelSilva, que conta com um número significativo de seguidores, não apenas teve acesso ao estádio, mas também circulou livremente pelo campo de jogo, interferindo no trabalho da imprensa profissional.
A situação gerou perplexidade, visto que a presença de Mizael foi vista como uma tentativa de “fazer graça”, enquanto profissionais qualificados ficaram de fora. Esse episódio expõe a falta de organização da FPF, que, apesar de tentar se vender como uma entidade capaz de promover campeonatos organizados e lucrativos, acaba revelando uma gestão desordenada e cheia de contradições.
A situação levanta questionamentos sobre o verdadeiro profissionalismo do futebol paraibano.
Equipe @Vozdatorcida POR ADRIANO ALMEIDA