Prancheta do Yan: A Análise tática de Botafogo x Vitória

Olá amigo, acha que esqueci de você? Faz uns anos que não venho aqui, mas quando acontece algo excepcional é sempre bom voltar para dividir as informações com vocês, caros leitores.

OK, depois dessa abertura ao estilo MR. ROBOT vamos ao que interessa, a análise tática do empolgante Botafogo-PB e Vitória-BA, válido pela Copa do Nordeste 2017.

 

Antes de tudo

O Belo havia perdido o primeiro clássico da temporada e, embora o ano esteja sendo positivo, as primeiras duvidas apareceram, já que o rendimento ainda não estava num nível que passasse confiança para a massa botafoguense.

Já o Vitória tinha vencido todas suas partidas na temporada e goleado na estreia da Copa do Nordeste. Além disso, o time fez grandes investimentos na temporada, trazendo medalhões e estrangeiros. Era o favorito no jogo, mas no futebol o que vale é bola no barbante.

 

Ato 1: Botafogo diferente.

 

A grande partida do Botafogo começou na ótima armação de Itamar Schulle, que modificou a estrutura básica da equipe, colocando 3 zagueiros e apostando na velocidade e qualidade de passes de Wanderson, Gustavo, Marcinho e Fernandes.

Foi um 3-5-2 diferente do habitual, Wanderson atuou como ala esquerdo enquanto Fernandes atuava como meia-atacante pela direita, ajudando Rafael Oliveira ou Marcinho, dependendo da necessidade. O melhor ficou para a troca de posição entre Wanderson e Fernandes, que deixaram confusos os defensores da equipe baiana, que ficaram com a marcação aberta nos dois gols paraibanos do primeiro tempo.

O time parecia entrosado de tal forma que tudo funcionava perfeitamente, sempre havia muita gente para preencher os espaços de Rafael Oliveira quando o mesmo vinha buscar jogo e deixar os companheiros na cara do gol, e em nenhum momento Gustavo ou Wanderson ficaram sem cobertura nos contra-ataques.

 

Ato 2: Vitória desinformado

Outra aposta certeira do Botafogo foi no despreparo do Vitória para essa partida. Pode ter sido soberba ou algo parecido, mas o rubro-negro baiano parecia não conhecer NADA do Botafogo. Rafael Oliveira tinha espaço, Fernandes era marcado como se fosse destro, os cruzamentos eram jogados no melhor jogador do Botafogo-PB, e a pressão do ataque estava mais em Gustavo Henrique que no novato Walber.

O Belo aproveitou e até ajudou na desinformação, montou escalações confusas no material da imprensa e nas redes sociais e deslocou o jogador mais rodado da equipe: Fernandes.

 

Ato 3: Vitória estático e Kieza em péssimo dia

Mas a cereja do bolo foi a lentidão do Vitória. O time tinha 4 jogadores que não contribuíam defensivamente e ficam estáticos no ataque. O Vitória era lento e o meio campo estava aberto. As jogadas dependiam muito dos laterais Salino e Euller, e de Dátolo, que era o único que buscava fazer a bola girar, mas atuava preso ao lado esquerdo.

Cleiton Xavier jogou quase como um ponta direita na primeira etapa, não acompanhava Wanderson nem era uma ameaça para Gustavo Henrique, simplesmente jogava o simples, sem dar ritmo ou aparecer em jogadas importantes, exceto bolas paradas.

Na frente, David era rápido e conseguia criar ameaças, mas Kieza estava em péssimo dia e não acertou nada, inclusive uma bola debaixo da trave e sem goleiro que ele isolou (talvez em homenagem ao SuperBowl).

 

Ato 4: Como jogar com a vantagem

 

Pouco depois de marcar os dois gols, o Botafogo-PB perdeu Rafael Oliveira, contundido novamente. No seu lugar Raphael Luz, outro acerto enorme de Itamar. Luz entrou como ala-ponta esquerda e Wanderson ficou como falso-9, enlouquecendo ainda mais a defensiva baiana, pois, além de ser ágil, ele saia da posição e dava espaço para infiltrações de Marcinho, Fernandes e do próprio Luz.

 

Com o time mais versátil, em momentos o Belo ficava todo no campo de defesa, mas saía para contra-atacar de forma organizada, sempre com muitos jogadores auxiliando os “carregadores”, coisa rara demais no futebol nordestino atual.

 

Ato 5: Erro fatal de Argel

 

Contando com a manutenção da formação botafoguense, o Vitória colocou Paulinho no ataque no lugar do lateral Leandro Salino, deslocando William Farias para a lateral direita, MESMO SENDO O LADO QUE MAIS SOFREU COM OS ATAQUES DO BOTAFOGO-PB. O Vitória ganhou um gol num erro defensivo, mas essa substituição custaria caro.

O time paraibano voltou com um esquema diferente. Walber foi marcar individualmente Paulinho, então ficou quase como lateral direito. Fernandes e Amarildo se revezavam no lado esquerdo, Raphael Luz e Gustavo atuaram como meia abertos fazendo dupla com os laterais. Marcinho armava o jogo e Wanderson se matava de correr no ataque.

Enquanto no Vitória o time passou a ter mais velocidade no ataque e um toque de bola melhor no meio. Dátolo e Cleiton Xavier atuaram mais próximos e o passe melhorou, mas Uilliam Correia ficou sobrecarregado, enquanto Willian Farias se perdia no posicionamento.

Foi assim que o Botafogo-PB chegou aos dois gols seguintes. Ambos por espaço cedido pelo lateral direito e no revezamento dos homens de ataque, infiltrando perfeitamente. O quarto gol fechou o caixão baiano.

 

Ato 6: Controle da partida

 

Com o tempo passando o Botafogo-PB passou a jogar no 4-1-4-1. Diogo Rangel e Luiz Paulo entraram bem e o Belo conseguia fazer bons contra-ataques, tendo chances de marcar mais gols. Djavan, Marcinho e Fernandes fizeram uma trica de qualidade no meio e o Botafogo só tomou sustos (de verdade) só com bolas paradas ou alçadas na área.

O Vitória fez um gol, mas o resultado foi justo e impecável. Partida memorável que pode ser um ponto de virada do Belo para o decorrer da temporada.

 

E então?

No final, Itamar Schulle foi o grande vitorioso. Djavan, Fernandes e Plínio mantiveram o nível. Marcinho, Amarildo e Wanderson fizeram uma partida acima da sua média e podem crescer mais. Raphael Luz também fez uma grande partida e pode brigar pela vaga. Já Valber foi irretocável, grande zagueiro que o Belo ganhou.

 

Conclusão

Ok, estou meio enferrujado, mas espero que tenham gostado. Os comentários estão aí e vamos discutir e torcer por mais jogos assim.

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